sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz 2012





Feriado de ano novo é bom para curtir as férias, viagens, praia, campo. 
Mas quando não temos um trabalho que gostamos durante o ano, não temos obrigações, não temos compromissos, tudo isso fica muito vazio.
E a gente  se pega dizendo: “Não sei o que fazer nas férias”.
Para poder curtir as férias de fim de ano é preciso estejamos satisfeito consigo mesmo e com o que fizemos durante o ano.
Aí então você vai poder esquecer toda a agitação e se entregar à diversão.
A diversão não acontece somente quando estamos em uma situação especial ou fazendo algo muito diferente do que a maioria faz. 
A diversão acontece também quando tomamos um copo d’água fria no verão, quando olhamos para o filho com carinho, quando olhamos para um amigo com compreensão, quando você curte a companhia de alguém e a alegria de estar naquele lugar, naquele momento.
A alegria é muito simples. Por isso, não vamos imaginar que o máximo de diversão virá de coisas grandiosas.
Quando o ano novo chegar, aproveite para celebrar também a alegria de estar vivo e desfrutar todas as maravilhas dessa imensa criação de Deus e agradece-Lo muito  e sempre por tudo o que temos.
Torço para que em 2012 tenhamos a oportunidade de crescer muito e realizar todos os nossos sonhos.
Beijão !!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sugestão de presentes de Natal...

Para seu inimigo, perdão;
Para um oponente, tolerância;
Para um amigo, seu coração;
Para tudo , caridade;
Para toda criança, bons exemplos;
Para vc: Respeito, Paz, Saúde, Amor e MUITA  felicidade.


Desconheço   autoria.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pentimentos


Há uns quinze dias atrás tive a oportunidade de estar com colegas e amigos do tempo do ginásio. Foi uma experiência deliciosa, que me despertou esse sentimento, que hoje aprendi chamar-se 'pentimento'.
Em tempo de astral de Mercúrio retrogrado, eclipse lunar, ano novo chegando, que nos pedem REver, REvisitar valores, sentimentos, atos, gestos e REtomarmos ou desligar-nos deles, ler esse artigo é ganhar uma ferramenta para auxiliar nessa empreitada emocional tão importante , para que não carreguemos pesos desnecessários e possamos abrir espaço para o novo.
Contardo Calligaris é um dos profissionais mais competentes que já vi para tal.
Divirtam-se e bom trabalho !!


Contardo Calligaris - Pentimentos




Na Folha de hoje.


""Pentimento" é a palavra italiana para arrependimento, mas designa (em muitas línguas) uma pintura, um desenho ou um esboço encoberto pela versão final de um quadro.


Às vezes, com o passar do tempo, a tinta deixa transparecer uma composição em cima da qual o artista pintou uma nova versão.


Outras vezes, os raios-x dos restauradores desvendam opções anteriores, que permaneceram debaixo da obra final. Esses esboços ou pinturas, que o artista rejeitou e encobriu, são os pentimentos, que foram descartados sem ser propriamente apagados.


Visível ou não, o pentimento faz parte do quadro, assim como fazem parte da nossa vida muitas tentações e muitos projetos dos quais desistimos. São restos do passado que, escondidos e não apagados, transparecem no presente, como potencialidades que não foram realizadas, mas que, mesmo assim, integram a nossa história.


Pensei nisso assistindo a "Um Dia", de Lone Scherfig, que estreou na sexta passada. O filme é a adaptação do romance homônimo de David Nicholls (Intrínseca), que foi uma das leituras que mais me tocaram neste ano e que já comentei brevemente na coluna de 21 de julho.


O livro e o filme (cujo roteiro é do próprio Nicholls) contam a história de Emma e Dexter, que são unidos pelo pentimento: cada um deles é o grande pentimento do outro -ou seja, ao longo dos anos, cada um é, para o outro, a lembrança de que um outro destino teria sido possível.


Reflexões, saindo do cinema:


1) Nossas vidas são abarrotadas de caminhos que deixamos de pegar; são todos pentimentos, mais ou menos encobertos: histórias que não se realizaram. Por que não se realizaram? Em geral, pensamos que nos faltou a coragem: não soubemos renunciar às coisas das quais era necessário abdicar para que outras escolhas tivessem uma chance. E é verdade que, quase sempre, desistimos de desejos, paixões e sonhos porque custamos a aceitar que nada se realiza sem perdas: por não querermos perder nada, acabamos perdendo tudo.


Emma e Dexter, por exemplo, ficam cada um como pentimento do outro porque nenhum dos dois consegue renunciar à sua insegurança (que é, aliás, o que os torna tão tocantes e parecidos com a gente): ela morrendo de medo de ser rejeitada, e ele, sedento de aprovação, fama e sucesso.


2) O problema dos pentimentos é que eles esvaziam a vida que temos. O passado que não se realizou funciona como a miragem da felicidade que teria sido possível se tivéssemos feito a escolha "certa". Diante disso, de que adianta qualquer experiência presente? Emma e Dexter, por exemplo, são condenados a fracassos amorosos pela própria importância de seu pentimento.


3) Nem sempre os pentimentos são bons conselheiros -até porque, às vezes, eles são falsos (esse, obviamente, não é o caso de Emma e Dexter). Hoje, é fácil esbarrar em espectros do passado: as redes sociais proporcionam reencontros improváveis e, com isso, criam pentimentos artificiais. Graças às redes, uma história que foi realmente apagada da memória (não apenas encoberta) pode renascer como se representasse uma grande potencialidade à qual teríamos renunciado.


No reencontro, um namorico da adolescência, insignificante e esquecido, transforma-se em (falso) pentimento, ou seja, numa aventura que poderia ter aberto para nós as portas do paraíso (onde ainda estaríamos agora, se tivéssemos ousado trilhar esse caminho).


Quando examino as fotos de minhas turmas do colégio, sempre fico com a impressão de que deixei amizades e amores inacabados ou nem começados, mas que teriam revolucionado meu futuro. É como se me perguntasse "Quem era minha Emma? Para quem eu era o Dexter?", fantasiando pentimentos de relações que nunca existiram.


Somos perigosamente nostálgicos de escolhas passadas alternativas, que teriam nos levado a um presente diferente. Se essas escolhas não existiram, somos capazes de inventá-las -e de vivê-las como pentimentos.


Avisos: os pentimentos não são necessariamente recíprocos, e os falsos pentimentos, revisitados, são pequenas receitas para o desastre.


4) Estreia amanhã "As Canções", de Eduardo Coutinho. Homens e mulheres cantam a música que foi crucial na sua vida (e explicam por que ela foi crucial). Em alguns casos, especialmente tocantes, as músicas são trilhas sonoras de pentimentos. "