sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sobre mulheres, datas e ciclos



Hoje acordei pensando sobre datas, términos, começos, recomeços e comecei a refletir por que nós, mulheres adoramos reverenciar datas, mesmo  as mais difíceis.
E voltei lá nos tempos das cavernas quando ficávamos literalmente com "um olho no peixe e outro no gato" e também claro, nas crias e no fogo. E os parceiros iam atrás da subsistência. 
A forma de abrandarmos o medo  que a espera nos causava, era marcarmos ciclos, o da noite, o do dia, os da lua, afinal  as mulheres são cíclicas. Não é a nós que cabe menstruar?
E assim viemos nós, humanos, transformando os ciclos em unidades de medida de tempo. Coisas de algum indivíduo "fazedor" que não conseguiu suportar o tempo  de cada etapa.
Mas o nosso interno não me parece ser mensurável quanto  se desejaria, ou alguém pode dizer quanto dura um processo  de reflexão para se desapegar de algo que te faz mal ou que já terminou em sua vida?
Quantas vezes sabemos, sentimos internamente que algo não nos cabe mais, sabemos que é hora de deixar ir, mas não atendemos a esse chamado interno?
Quem nunca teve em sua carreira em um emprego no qual lutou contra todos os sintomas e indícios que apontavam para o término de seu ciclo lá?
Então chego  a conclusão que, marcarmos as datas é a forma de mostrarmos ao outro e ao mundo como fatos são importantes para nós. Sejam eles como início  ou fim de um ciclo. Como nascimentos e mortes.
E é por isso que cobramos do outro que não se esqueçam das datas ou fazemos malabarismos para que o outro lembre uma data importante, porque quando o homem sai pra "fazer", preocupa-se com a ação a ser executada e nós ficamos "pensando" em  desde quando aquele ciclo iniciou-se, registrando como é importante a partir desse início, a interação entre ambos, o cuidado de um com  o outro, que o fez responsabilizar-se pelo "fazer" daquele par. Ou marcamos o fim de ciclos que foram importantes para nós, mas que devemos deixar ir, para que outros se iniciem.
Descobri neste novo ciclo que começa em minha vida, que por vezes as Moiras resolvem tecer novamente fios que foram cortados anteriormente, que elas entenderam que naquele tempo , não sustentariam o que deveriam sustentar. 
E agradeço demais ao Universo, com todos os seus Componentes de Luz, que possibilitaram que eles fossem novamente fiados, dando-me a chance de viver coisas que não consegui.
Deixemos que as Moiras atuem em nossa vida, fiando os fios dos ciclos ou  cortando-os, respeitando o tempo necessário para isso, mas principalmente, que ao serem cortados, deixemos ir o que não mais nos cabe, abrindo espaço, luz e força para viver o próximo ciclo, certos de que o que for de nosso merecimento voltará.